5 de novembro de 2012

O nosso valor nunca se perde



Na reunião do passado dia 27 de Outubro, estivemos a organizar os últimos detalhes para o Terço Nautae do dia seguinte (que correu muito bem), mas houve também espaço para uma partilha da Cris. Aqui segue um resumo da história que ela nos contou:

Numa palestra, um homem pegou numa nota de 50€, e perguntou à plateia:
-“Quem de vocês quer esta nota?”
Todos ergueram a mão...  Então, ele amassou completamente a nota, e perguntou mais uma vez:
- "Quem ainda quer esta nota?"
As mãos continuavam erguidas. Ele colocou então a nota no chão, e começou a pisá-la e esfregá-la...
Depois, pegou na nota, amassada, suja e pisada, e perguntou:
- "E agora?...  Quem ainda quer esta nota? ”
Todas as mãos se levantaram.  O palestrante voltou-se então para a plateia e disse:
- "Não importa o que eu faça com esta nota: vocês continuam a querê-la, porque ela simplesmente não perde o valor. Esta situação também acontece connosco: Muitas vezes, nas nossas vidas, também nós somos amassados e pisados pelos obstáculos que nos aparecem, e sentimo-nos inúteis…
Mas sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, jamais perderemos o nosso valor. Nada disso altera a importância que temos!...”

Devemos acolher o outro independentemente das aparências, para que possamos juntos ultrapassar qualquer obstáculo, pisada ou rasgão! Nunca te esqueças de que tens valor!

30 de outubro de 2012

Mudar a personalidade para obter amigos


Na reunião do dia 20 de Outubro, falámos acerca de situações de bulling e exclusão de grupos, em que muitas vezes tentamos parecer ser quem não somos, só para nos integrarmos na escola ou num grupo de amigos.... Aqui fica a história que deu origem a toda a discussão da reunião:

Venho por este meio contar a história de vida de um rapaz, que esperava vir a ter muitos amigos e a atenção deles.
Pois bem, tudo começou quando aos 6 anos foi pela 1ª vez para a escola primária - conhecia algumas crianças que passavam por ele no recreio, pois eram seus vizinhos.
Tentava aproximar-se desses seus conhecidos para tentar fazer uma amizade, mas ignoravam-no, e faziam troça do seu aspecto. Quando se aproximavam, era só por interesse, para pedir material escolar emprestado e mais algumas coisas do género, pois fora isso era raro falarem-lhe. Cansado de não ter amigos de verdade em quem confiar, pensava que quando fosse para o ciclo tudo aquilo iria mudar...
Pois bem, quando esse dia finalmente chegou, afinal ele tinha-se enganado redondamente: os outros alunos eram o dobro do tamanho dele, eram agressivos, andavam por maus caminhos e só tinham maldade dentro deles. Logo nos primeiros anos, andar naquela escola era um trauma: além de continuarem a gozar com o seu aspecto, ainda o ameaçavam e exigiam que lhes dessem o que eles queriam ou então ia ter graves problemas.
Farto daqueles anos de escola, da primária e agora do ciclo, começou a pensar no que teria de fazer para não continuarem a gozar com ele… Começou por mudar so eu modo de vestir, e de ser, para tentar se encaixar nalgum grupo e ter amigos. Mas só isso não lhe chegou, e ficou tão deprimido que começou por deixar de parte os estudos, não estudava, e nas aulas já não conceguia concentrar-se no que o professor dizia.
Acabou por repetir alguns anos do ciclo, e os pais, chateados com aquela situação de ver o filho a sem interesse pela escola, fizeram-lhe uma pergunta séria: se queria continuar a passear os livros ou se queria ir trabalhar. Ele, respondeu aos pais dizendo que queria as duas coisas: queria estudar para um dia ter um bom emprego, e trabalhar naquela altura para ter o seu proprio dinheiro para as suas extravagâncias.
E assim foi. E continuou os estudos até acabar o ciclo. Na parte do trabalhar ao mesmo tempo que estudar é que foi mais complicado, pois foi-se refletindo ao longo dos meses e ele viu que afinal conjugar as duas coisas ao mesmo tempo não seria nada fácil. Foi então que, quando mudou para o 9ºano, foi para uma turma de reaproveitamento e às sextas-feiras ia trabalhar para uma empresa em que ainda hoje a maioria do que lá aprendeu ainda lhe tem muita utilidade no dia-a-dia.
Depois de terminar finalmente o ciclo, começou a trabalhar, e não queria mais seguir os estudos. Mas uns anos mais tarde viria a arrepender-se… Naquela altura, queria trabalhar para ter dinheiro para tirar a carta de condução e ter um carro. Em alguns meses conseguira a carta de condução, e de seguida já tinha um carro. Feliz com aquele momento, queria disfrutar para aperfeiçoar a sua condução.
Dias mais tarde passava por pessoas que no passado tinham gozado com ele e por pessoas que o tinham ignorado e só se aproveitaram por interesse, e, ao vê-lo já a conduzir, ficaram boqueabertos.
Isso ainda o motivou mais, o que o levou a meter o carro ao seu gosto, mas teve que ser aos poucos, as peças eram caras e o dinheiro era pouco. E ao fim de alguns anos estava concluído o que sempre quis do seu humilde carro.
Foi então que um dia parou num estacionamento de uma loja e encontrou uma pessoa que ficou espantada - não o esperava ver tão diferente, e de ter evoluído tanto no seu modo de vida. Essa pessoa tinha andado com ele no ciclo, e o rapaz sempre admirou e queria pertencer ao seu grupo de amigos, mas como não lhe passavam conversa, esse feito nunca se veio a realizar. Foi entao que o outro lhe propôs, depois de todos estes anos, entrar para esse grupo de amigos. E como era o seu sonho, aceitou. Combinaram então aparecer no fim-de-semana num café onde era habitual juntarem-se. Ele, ficou espantado com a dimensão do grupo, que agora eram muitos mais do que antigamente.
As coisas corriam muito bem, foi muito bem aceite no grupo e era sempre festa até altas horas da madrugada. E assim durou por uns anos. Mas, ao fim de algum tempo, o rapaz começou a reflectir no seguinte:
“Para ter amigos, tenho que andar nesta vida a apanhar bebedeiras, andar a correr todos os bares e chegar a altas horas a casa e quase sempre com má disposição?”
E como nem tudo é eterno, aquele grupo de amigos terminara, pois começou a haver mal entendidos e começou a ir um para cada lado, e já nem confiança lhe passavam, quando nunca tinha feito mal a ninguém… A família avisou-o logo de ínicio, mas sempre pensou que isso nunca viria a acontecer àquele grupo de amigos. Pois bem, mais uma vez, enganou-se redondamente.

E com tudo isto, várias são as perguntas que lhe permanecem na cabeça, sem resposta à vista:
“ Será que tenho algo de errado?”
“Será que sou anti-social?”
“Porque será que nenhuma rapariga gosta de mim?”
“Será que para ter amigos tenho que mudar aquilo que sou?”

E quanto a ti? Quantas vezes já fingiste ser quem não és, só para te integrares num grupo?

By: José Roque